Aconteceu. Depois de idas e vindas, a Volvo confirmou oficialmente o fim da V90, sua maior perua e uma das últimas representantes de um segmento que um dia definiu a marca. A última unidade saiu da linha de montagem de Torslanda, na Suécia, e será incorporada à Volvo Heritage Collection, o acervo histórico da empresa.
A V90 encerra um ciclo iniciado há mais de meio século, quando as peruas da marca se tornaram referência em espaço, segurança e funcionalidade. As peruas da Volvo ficaram marcadas na história pelo design inicialmente quadrado, pela segurança acima da média e por uma robustez. Elas acompanharam gerações inteiras, do 245 ao V70, e ajudaram a consolidar a imagem da marca no mundo. Hoje, esse formato perde espaço diante do avanço dos SUVs, que dominaram o mercado global.
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Depois de um alarme falso em fevereiro, a notícia agora é definitiva. A V90 deixará de ser produzida no fim deste mês, sem planos de sucessora direta. A marca, controlada pelo grupo chinês Geely, estuda abandonar por completo o formato das carrocerias longas, à medida que o público migra cada vez mais para os utilitários esportivos.
Em entrevista à Autocar, o CEO Jim Rowan confirmou que a última unidade seria montada em setembro e reconheceu que a V60 deve seguir o mesmo caminho no futuro. Por ora, a irmã menor continuará em produção, mas apenas por tempo limitado. Ao ser questionado se as peruas ainda têm espaço na linha da marca, Rowan foi direto:

Foto de: Volvo
“Acho que isso mudou. As pessoas agora preferem a posição de dirigir mais alta e o visual robusto dos SUVs.”
Enquanto a V90 se despede, o sedã S90 permanece em linha, embora restrito a poucos mercados. O modelo passou por atualização recente e seguirá sendo vendido na China e em outras partes da Ásia. No restante do mundo, será substituído pelo ES90, liftback elétrico de cinco portas que assume a função de sedã principal da marca.
A Volvo também resgatou o nome XC70, antes usado por uma perua aventureira. Agora, ele batiza um SUV híbrido voltado ao mercado chinês. Questionado sobre o espaço deixado pela V90, Rowan sugeriu que o XC60 pode atrair o público que antes optava por uma station wagon.

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Fonte: Iulian Dnistran / InsideEVs
O fim da V90 simboliza a mudança de prioridades dentro da marca e no mercado global. As peruas perdem força, enquanto rivais como Audi, BMW e Mercedes-Benz ainda mantêm modelos do tipo em linha, especialmente na Europa. Por lá, ainda existe um público fiel às carrocerias longas e de perfil mais baixo, principalmente em versões mais esportivas, como a Audi RS6 Avant e a BMW M5 Touring.
Os SUVs também tem suas vantagens práticas, como acesso facilitado e porta-malas mais alto, mas as peruas sempre foram mais leves, eficientes e estáveis. Mesmo assim, a preferência pelos altinhos se consolidou e empurrou as wagons para o passado.

Audi RS6 Avant Performance

Foto de: BMW
Por mais triste que seja ver a V90 partir, a culpa não recai diretamente sobre a Volvo. Se a perua grande tivesse continuado a apresentar fortes vendas, ela teria sobrevivido na linha. Mas não foi o que aconteceu. De acordo com a empresa, o fim do modelo está “de acordo” com o “plano de ciclo global”, que agora favorece crossovers e SUVs.
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