COLUNA DO DOMINGOS KETELBEY
Prefeito menciona Rogério Cruz e acusa grupo de vereadores de atuarem por motivação política
Mabel cita Rogério Cruz e diz que não vai recuar na atuação em Goiânia (Foto: Divulgação)
O prefeito Sandro Mabel (União Brasil) classificou como “inconstitucional” o movimento da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Goiânia que aprovou, nesta quarta-feira (8), o projeto de decreto legislativo que põe fim à calamidade pública financeira decretada por sua gestão em janeiro e disse que não vai recuar na tensionada relação com os parlamentares. “Eles estão acostumados com o Rogério Cruz. Batia o pé, ele corria. Aqui não corre não. Aqui não corre não. Então a ideia de uma experiência que não é correndo. Eu posso morrer, morro atirando, mas não cedo coisas que são princípios meus, não cedo”, destacou.
A proposta, de autoria do ex-líder do governo Igor Franco (MDB), ainda será votada em plenário. Em entrevista coletiva concedida após a votação, Mabel classificou o movimento como “inconstitucional” e acusou parte dos vereadores de agir por interesse político. “Não preocupa não, porque isso é inconstitucional. É a Comissão de Constituição e Justiça que adora votar uma inconstitucionalidade. Você não pode pegar um decreto da Assembleia e ele ser derrubado por um decreto da Câmara. Existe hierarquia de poder”, afirmou.
De acordo com o prefeito, o grupo que defende o fim da calamidade atua para prejudicar sua administração. “É um grupo de vereadores cada vez mais resumido que querem me prejudicar como prefeito, porque eu não tenho dado espaço. Eles precisam entender que a cidade mudou, a administração mudou, o jeito de fazer política mudou”, disse.
Mabel também rebateu críticas sobre o isolamento político e citou aliados que mantêm boa relação com a prefeitura. “Nós estamos trabalhando, lançando obras. A Goiânia precisa mudar. Eu nunca fui deputado com esquemão. Aqui mudou o gerente. Enquanto eu estiver, pode ter certeza absoluta que eu não entro nesse esquema que não funciona para mim”, afirmou.
O prefeito demonstrou confiança em reverter o resultado em plenário. “Eles vão me provocando todos os dias e querendo impor derrotas para nós, mas amanhã, no plenário, ou terça-feira, quando for para o plenário, nós vamos ganhar isso aí”, declarou.
“Posso morrer, mas morro atirando”
Questionado pela coluna sobre a relação com os vereadores e possíveis riscos à governabilidade, Mabel reagiu em tom duro. “Nenhum [risco]. Forçando a barra, pô. Agora, eles estão acostumados com o Rogério Cruz. Batia o pé, ele corria. Aqui não corre não. Eu posso morrer, morro atirando, mas não cedo coisas que são princípios meus, não cedo”, afirmou.
O prefeito ressaltou que, apesar dos embates políticos, a administração segue avançando em obras e serviços. “Eu quero fazer uma cidade que funcione. É asfaltar essa cidade, fazer um monte de obra, sem dinheiro, fazendo na marra. Temos 10 mil crianças nas creches, estamos reformando os hospitais, as maternidades melhoraram”, disse.
Ele ainda fez referência ao episódio recente de retirada de ambulantes da região da Rua 44, destacando o que chama de “coragem política” para promover mudanças. “É a coragem de tirar aquele povo bagunceiro da 44, é a coragem de tirar o morador de rua, cuidando dele. Eu tenho coragem na política também”, afirmou.
Ao final, Mabel comparou a situação de Goiânia com a crise orçamentária nos Estados Unidos. “O Trump não está com o shutdown dele lá, sem orçamento? Os Estados Unidos parou? Não, nem a prefeitura de Goiânia para. Vamos dando um jeito, vamos tocando pra frente”, concluiu.