Volkswagen cresce 70% em vendas de elétricos e assume liderança na Europa

Demorou, mas a Volkswagen está colhendo os frutos de sua ofensiva elétrica europeia. No primeiro semestre de 2025, as vendas globais de BEVs da marca VW cresceram 14,3%, com desempenho especialmente forte nos países da Europa Ocidental, onde os emplacamentos avançaram mais de 70%, segundo apuração do jornal financeiro alemão Handelsblatt.

No total do grupo — que inclui também Audi, Porsche, Skoda, Cupra e outras marcas — as entregas de modelos totalmente elétricos na Europa aumentaram aproximadamente 90% no período, enquanto o crescimento global foi de 50% em relação ao mesmo intervalo de 2024.

“Na Europa Ocidental, um em cada cinco carros que entregamos já é totalmente elétrico”, destacou Marco Schubert, executivo responsável pelas vendas do grupo, em entrevista ao jornal.

Para atingir esse volume, a Volkswagen tem adotado uma política agressiva de preços, oferecendo descontos que ajudam a elevar a demanda, embora apertem as margens de lucro. Além de conquistar clientes, essa estratégia permite que o grupo cumpra as metas de emissões de CO₂ impostas pela União Europeia.

A marca projeta que os diversos lançamentos elétricos previstos até 2027 terão papel decisivo para manter a conformidade ambiental. Ainda assim, a empresa garante que os carros elétricos já são rentáveis, mesmo com margens menores do que as dos modelos a combustão.



Teste de tração traseira do Tesla Model 3

Enquanto a VW avança, a Tesla perde terreno no continente europeu. A companhia norte-americana teve uma queda de aproximadamente um terço nas entregas no primeiro semestre, em meio a críticas crescentes e à reestruturação de sua operação regional. Segundo a agência de notícias Bloomberg, o próprio Elon Musk teria assumido o comando das vendas na Europa diante da piora nos resultados.

A disputa no mercado europeu de elétricos passa por uma nova fase, com as cartas novamente embaralhadas. Com o nível tecnológico entre os concorrentes cada vez mais equilibrado, o grande desafio agora é tornar os elétricos realmente lucrativos. Outro fator de alerta é a concorrência de marcas chinesas como BYD, Polestar e MG, ganhando espaço na Europa — ao passo que a Volkswagen amarga uma queda de mais de 30% nas vendas de elétricos no mercado chinês.



BYD Dolphin Mini 2026 - concessionaria11

Foto de: Motor1 Brasil

Embora os números consolidados de vendas no primeiro semestre de 2025 ainda não tenham sido divulgados oficialmente pela montadora, a direção da VW mostra otimismo. “Os índices de crescimento que alcançamos na Europa são realmente impressionantes”, afirmou Martin Sander, chefe de vendas e marketing da marca VW ao Handelsblatt.

Com base nos dados do primeiro trimestre, sabe-se que os ID.4 e ID.5 foram os modelos elétricos mais vendidos do grupo (43.700 unidades entre janeiro e março), seguidos de longe pelo ID.3 (28.100 carros), pelo Audi Q4 e-tron (22.800) e pelo ID.7 (19.100).

Quando a Volkswagen lançou o ID.3 em 2019, o modelo foi visto como um marco para a eletrificação da marca, prometendo ser o “carro elétrico do povo”. No entanto, a transição não foi simples. A produção do ID.3 sofreu atrasos significativos devido a problemas técnicos, incluindo dificuldades na adaptação das linhas de montagem e, especialmente, complicações com o software do veículo. Essas falhas afetaram diretamente a entrega das primeiras unidades e geraram insatisfação entre clientes que esperavam receber seus carros dentro dos prazos previstos.

Além disso, a infraestrutura de recarga na Europa ainda não acompanhava a expansão das vendas de elétricos, o que limitava o apelo do ID.3. O preço inicial do modelo, relativamente alto, também restringiu seu alcance diante de uma concorrência crescente. Esses fatores combinados fizeram com que as vendas iniciais da linha ID ficassem bem aquém das expectativas da Volkswagen, gerando a necessidade de ajustes estratégicos e operacionais.



VW ID3

Foto de: Volkswagen

Investimentos substanciais foram feitos para aprimorar a qualidade dos veículos, com atualizações constantes de software, o que vem melhorando o uso no dia a dia. Para contornar a questão dos preços, a VW implementou uma política de descontos e promoções. Além disso, a fabricante firmou parcerias para expandir a rede de recarga rápida, contribuindo para reduzir a chamada “ansiedade de autonomia”.

E, é claro, a família ID cresceu, com modelos como os ID.4, ID.5 e ID.Buzz. Um bom impulso nas vendas foi dado com o recente lançamento das versões elétricas dos veículos comerciais Transporter e Caravelle. E há muito mais a caminho. Só na marca VW, estão previstos o hatch ID.2, de € 25 mil (agendado para 2026), o esportivo ID.3 GTI (também para 2026, e mais potente que o atual GTX), o facelift dos ID.4 e ID.5 (no fim de 2026) e o subcompacto ID.1, de € 25 mil (com previsão de lançamento em 2027).

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